bg-country-switch

António

Já lá vão seis meses desde o dia trágico em que um derrame cerebral colocou em perigo a vida da minha mãe. Apesar de ser uma doença grave, ela conseguiu uma recuperação física quase total. Depois de ficar imobilizada das extremidades do lado esquerdo e com problemas de linguagem, hoje, com sessenta e cinco anos, ela volta a estar de pé. O caminho é longo, porque as memórias e as habilidades esquecidas regressam lentamente. Para mim, ela é um verdadeiro exemplo de vida, e é sempre um prazer estar ao seu lado. A minha linda mãe não está sozinha; o seu filho acompanha-a com muito gosto.

Quero agradecer à Lindor Ausonia por nos dar coragem. É realmente necessário, porque todos os dias são um desafio. Eu sei muito bem que a vida da minha mãe não vai voltar a ser como era, e aliás reconheço e aceito que pouco a pouco vai haver uma deterioração da sua saúde mental. O meu dever é investigar e aprender para estar ao lado dela de uma forma cordial e tolerante. O processo acaba de começar e é provável que seja longo, mas quero vivê-lo com muito amor e dedicação.

No México não existem infraestruturas de apoio para ajudar as pessoas que cuidam de um idoso, e a informação é precária. Os serviços médicos e de psicologia rejeitam este tipo de pacientes. Por vezes, tenho a sensação de que para eles é uma perda de tempo. Hoje, sem qualquer apoio, estou disposto a ser melhor por amor à minha mãe. É verdade que não é apenas a saúde do doente que fica comprometida, mas também a do cuidador. O isolamento e a falta de oportunidades de emprego fazem deste compromisso um caminho muito árduo. A escassa compreensão dos familiares faz com que por vezes se afastem, provocando assim desunião e discórdias que não contribuem para a melhoria da pessoa dependente. É preciso saber lidar com tudo isto sem fazer ainda mais mal a quem se encontra numa situação vulnerável.

Eu espero que esta experiência me sirva para ajudar no futuro quem passe por este momento difícil. Por enquanto, a minha dedicação é toda para ela, para a minha linda mãe.

Quero agradecer à Lindor Ausonia pelo seu trabalho altruísta, porque é impossível perceber como é passar por uma situação como esta até que a vivemos em carne própria.